Foto: Site da greatschool.com.br |
Uma escola de renome em Teresina surpreendeu ao anunciar a proibição do uso de celulares por estudantes em suas dependências, cobrindo todas as séries. A medida, já em vigor neste início de ano letivo, contraria a tendência predominante e visa criar um ambiente mais focado no aprendizado e nas relações interpessoais.
A Great International School, reconhecida por seu ensino de padrão internacional e abordagens inovadoras, destaca-se com essa decisão pioneira no Brasil. O diretor geral da escola, Vilton Soares, enfatiza que a determinação baseia-se em evidências sólidas e diretrizes da ONU e da UNESCO para proporcionar um ambiente escolar saudável e propício ao desenvolvimento emocional e social dos alunos.
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"Nosso objetivo é fortalecer a interação presencial entre os estudantes, incentivar o foco durante as aulas e reduzir potenciais problemas associados ao uso indiscriminado de dispositivos móveis, como o cyberbullying e o acesso a conteúdos inadequados. Acreditamos que essa medida também pode contribuir para um ambiente escolar mais saudável e colaborativo, minimizando os possíveis efeitos adversos destacados por pesquisas", ressalta Soares.
O último Relatório Global de Monitoramento da Educação da UNESCO, divulgado em 2023, alertou para os impactos negativos do uso de eletrônicos nas salas de aula, destacando que 1 em cada 4 países já proibiu ou restringiu o uso de celulares nesses ambientes. Países como Reino Unido, Finlândia e Nova Zelândia estão entre os que adotaram essa postura.
Essa recomendação também foi abordada no PISA, principal avaliação mundial da educação, que indicou uma associação negativa entre o uso de tecnologias e o desempenho dos alunos.
A proibição do uso de celulares na Great School abrange todos os níveis de ensino, desde o fundamental até o médio. Pais, professores e alunos foram informados sobre a mudança, que entrou em vigor neste semestre. Apesar de opiniões divergentes, a instituição destaca que a medida reforça seu compromisso com uma experiência educacional de qualidade, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento intelectual e social dos alunos.
Soares ressalta que "apenas laptops serão permitidos em algumas séries, como parte de uma estratégia pedagógica, mas com total supervisão da escola".
Essa decisão certamente gerará debates sobre o equilíbrio entre avanço tecnológico e práticas educacionais tradicionais. Escolas do Vale do Silício, nos EUA, também adotaram medidas semelhantes, acreditando que o uso controlado de smartphones será uma habilidade crucial no futuro.
No Brasil, ainda não existe uma lei nacional que proíba o uso de celulares e dispositivos digitais nas escolas. Embora diversos estados e municípios tenham incentivado o uso de tecnologias digitais após a pandemia, a UNESCO defende que não há evidências suficientes para comprovar os benefícios dessa abordagem.
Cabe aos pais e à sociedade acompanhar como essa mudança impactará o desempenho acadêmico e a dinâmica social dentro da instituição.
Fonte: Cidade Verde
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