Justiça mantém prisão de vereadora suspeita de ligação com facção após audiência de custódia

Audiência conduzida pelo TRE-PI negou pedido da defesa e manteve parlamentar detida no Quartel da PM do Piauí.

Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina pelo PSB — Foto: Reprodução/Instagram

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal na última quinta-feira (3) sob suspeita de ligação com uma facção criminosa, teve sua prisão mantida em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (4). A decisão foi proferida pelo juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), em Teresina.

Por ser formada em direito, Tatiana continuará detida no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PMPI). A medida foi concedida a partir do pedido de seus advogados, baseado no estatuto da advocacia, conforme explicou Melissa Pessoa, juíza auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral e coordenadora do Juízo Eleitoral de Garantias do TRE-PI.

A parlamentar segue afastada da Câmara Municipal de Teresina (CMT) por determinação da Justiça Eleitoral do Piauí. Ela é investigada pelos crimes de compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em âmbito eleitoral.

Defesa contesta decisão

Após a audiência de custódia, a defesa de Tatiana contestou as medidas adotadas contra a vereadora, alegando falta de fundamentos para a prisão preventiva.

"Não existe nenhum motivo para as cautelares. Isso é um inquérito eleitoral, estamos tratando de fatos pretéritos, da eleição passada. Não existe nenhum fato que tenha repercussão hoje. Por essas questões, continuo afirmando que não existe motivo", afirmou o advogado Edson Araújo.

Durante a audiência, a defesa solicitou o relaxamento da prisão da parlamentar, pedido que ainda será analisado pelo Ministério Público do Piauí (MPPI). Segundo a juíza Melissa Pessoa, o órgão ministerial deve se manifestar no prazo de cinco a dez dias.

Medidas adicionais impostas pela Justiça Eleitoral

Além da prisão e do afastamento de Tatiana, a Justiça manteve a proibição de que a vereadora e outros dois investigados – que ocupavam cargos em comissão na CMT, na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e na Secretaria de Saúde do estado (Sesapi) – frequentem esses locais ou mantenham contato com servidores públicos.

A Justiça também determinou a suspensão das atividades da ONG Vamos Juntos, fundada pela vereadora. A instituição está impedida de receber novos aportes financeiros até o desdobramento da investigação.

Investigação e origem da denúncia

Tatiana Medeiros estreou na política em outubro de 2024, quando foi eleita vereadora de Teresina com 2.925 votos. Formada em direito, ela também atua como advogada e desenvolvia atividades filantrópicas na ONG Vamos Juntos.

Segundo a Polícia Federal, a investigação aponta que a campanha eleitoral da parlamentar teria sido financiada com "recursos ilícitos oriundos de facção criminosa", além de possíveis desvios de recursos públicos da ONG que ela administrava.

A operação policial teve início logo após as Eleições 2024. Em dezembro do mesmo ano, a primeira fase da Operação Escudo Eleitoral realizou buscas na sede da ONG Vamos Juntos, localizada na Zona Norte de Teresina, e apreendeu R$ 100 mil em espécie. A investigação segue em andamento para aprofundar as suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento eleitoral irregular.

Fonte: G1-PI

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