Casos de febre oropouche já ultrapassam 7,7 mil em 2025 e acendem alerta nacional

Número representa mais da metade dos diagnósticos registrados em todo o ano passado; Espírito Santo lidera em infecções e Pernambuco em mortes fetais

Reprodução/Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz Mosqutio maruim, vetor principal da febre Oropouche

O Brasil já contabiliza 7.756 casos confirmados de febre oropouche nos quatro primeiros meses de 2025, número que representa 56,2% do total de diagnósticos registrados durante todo o ano de 2024 (13.791), segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.

O Espírito Santo é o estado com maior número de infecções confirmadas, totalizando 5.500 casos — cerca de 71% de todos os registros nacionais. Já Pernambuco lidera em número de mortes relacionadas à doença, com 180 óbitos, dos quais 179 são fetais e apenas um de pessoa adulta. A vítima foi uma idosa com comorbidades, residente em Recife, cujo falecimento foi confirmado após quatro meses de investigação.

Expansão continental e risco epidemiológico

O avanço do vírus não se limita ao Brasil. Um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases revelou que 6,3% das amostras sanguíneas analisadas em países como Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador e Peru continham anticorpos contra o oropouche, indicando exposição prévia. Em algumas regiões da Amazônia, a taxa chegou a ultrapassar 10%.

O que é a febre oropouche?

Transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis (conhecido como maruim ou mosquito-pólvora), o vírus oropouche provoca sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, dor de cabeça, dores musculares, tontura, náusea e diarreia. Em casos graves, pode evoluir para meningite viral e apresentar risco para gestantes.

Não há vacina nem tratamento específico para a febre oropouche.

Como se proteger?

De acordo com especialistas da Fiocruz, os repelentes convencionais não funcionam contra o maruim. A melhor forma de prevenção inclui:

  • Evitar áreas infestadas no fim da tarde;

  • Usar roupas longas e sapatos fechados;

  • Aplicar óleos corporais nas áreas expostas, criando uma barreira contra o inseto;

  • Instalar telas de malha fina (como voil) em janelas e portas;

  • Manter ambientes limpos, livres de folhas, frutas caídas e criadouros de animais.

O verão e o início do outono são os períodos com maior risco de transmissão. O Ministério da Saúde e pesquisadores reforçam o alerta para que a população colabore com as medidas de prevenção, especialmente em áreas de maior incidência.

Fonte: IG

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