Expansão econômica chega ao quarto ano seguido, impulsionada por serviços e indústria
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Foto: Divulgação/Porto de Santos |
A economia brasileira registrou um crescimento de 3,4% em 2024, a maior alta desde 2021, conforme divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país alcançou R$ 11,7 trilhões, consolidando o quarto ano consecutivo de expansão econômica.
Os setores de serviços e indústria foram os principais responsáveis pelo avanço, com crescimentos de 3,7% e 3,3%, respectivamente, na comparação com 2023. No entanto, a agropecuária teve uma retração de 3,2%, impactada por fatores climáticos que afetaram culturas essenciais como soja (-4,6%) e milho (-12,5%).
Quatro anos de recuperação econômica
O desempenho do PIB nos últimos anos demonstra um ritmo consistente de crescimento após a queda registrada em 2020, no início da pandemia:
- 2020: -3,3%
- 2021: 4,8%
- 2022: 3%
- 2023: 3,2%
- 2024: 3,4%
O IBGE destaca que três segmentos concentraram cerca de metade do crescimento do PIB em 2024:
- Outras atividades de serviços (+5,3%)
- Indústria de transformação (+3,8%)
- Comércio (+3,8%)
Dentro do setor industrial, o destaque foi a construção civil, que avançou 4,3%.
Consumo das famílias e investimentos impulsionam crescimento
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias foi um dos principais motores da economia, com alta de 4,8%. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, esse avanço foi impulsionado por fatores como programas de transferência de renda do governo, a melhora do mercado de trabalho e taxas de juros mais baixas ao longo do ano.
“Tivemos uma conjunção positiva de fatores, como a continuidade da recuperação do emprego e um alívio nos juros em parte do ano, o que favoreceu o consumo das famílias”, explica Palis.
A taxa de desemprego fechou o ano em 6,6%, o menor nível já registrado no país.
Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), também tiveram um crescimento expressivo de 7,3%, um ritmo superior ao consumo das famílias, mas com menor peso no cálculo do PIB. Já o consumo do governo aumentou 1,9%.
No comércio exterior, as importações cresceram 14,7% em 2024, enquanto as exportações avançaram 2,9%.
Estabilidade no último trimestre e desafios à frente
Apesar do forte desempenho anual, o PIB apresentou crescimento de apenas 0,2% no quarto trimestre, indicando uma desaceleração da atividade econômica nos últimos meses do ano.
De acordo com Palis, esse resultado reflete os impactos da inflação e da alta dos juros, que começaram a subir novamente a partir de setembro de 2024.
“No quarto trimestre, o consumo das famílias caiu devido à inflação de alimentos e ao aumento dos juros, que reduziu o acesso ao crédito. Apesar disso, os investimentos seguiram crescendo, o que ajudou a manter o PIB estável”, analisa a economista.
O PIB per capita – que representa o PIB dividido pelo número de habitantes – atingiu R$ 55.247,45, registrando um crescimento real de 3% em relação a 2023.
Com a economia demonstrando resiliência e a recuperação do mercado de trabalho, os desafios para 2025 incluem o controle da inflação, o impacto da política monetária e a necessidade de investimentos estruturais para sustentar o crescimento a longo prazo.
Fonte: Agência Brasil