Feminicídio em alta: A cada 17 horas, uma mulher foi morta em 2024 nos estados monitorados

Levantamento aponta 531 vítimas e aumento da violência de gênero em diversas regiões do país

Brasília (DF) 11/02/2025 –  Foto: Joédson Alves/Agência Brasil - Joédson Alves/Agência Brasil

Um levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado nesta quinta-feira (13), revelou que 531 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2024 nos nove estados monitorados: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Isso significa que, em média, uma mulher foi assassinada por questão de gênero a cada 17 horas nesses estados.

Além dos feminicídios, os dados apontam um aumento de 12,4% nos casos de violência contra mulheres em comparação com 2023. No total, foram 4.181 vítimas registradas.

Principais dados do estudo

  • Perfil dos crimes: Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas à vítima. Parceiros e ex-parceiros foram responsáveis por 70% dos feminicídios.
  • Crescimento da violência: O estado do Maranhão registrou o maior aumento nos casos de violência de gênero, com alta de 87,2% em relação ao ano anterior. O Pará também teve um crescimento expressivo de 73,2%.
  • Subnotificação de informações: Grande parte dos registros não inclui raça ou cor da vítima, o que prejudica a análise e formulação de políticas públicas específicas.

Estados com mais casos de violência e feminicídio

EstadoCasos de ViolênciaFeminicídios
São Paulo1.177144
Rio de Janeiro63363
Pernambuco31269
Maranhão36554
Bahia25746

São Paulo lidera o ranking, com 1.177 casos de violência e 144 feminicídios, seguido pelo Rio de Janeiro, que registrou 633 casos de violência e 63 feminicídios. Pernambuco aparece em terceiro lugar, com 312 casos de violência e 69 feminicídios.

Destaques por estado

  • Amazonas: Entrou no monitoramento pela primeira vez, registrando 604 casos de violência e 33 feminicídios. 84,2% das vítimas de violência sexual tinham entre 0 e 17 anos.
  • Ceará: Registrou o pior índice de violência contra mulheres em sete anos, com 207 casos e 45 feminicídios.
  • Piauí: Teve um aumento de 17,8% nos casos de violência, com destaque para Teresina, que concentrou a maior parte das ocorrências.

A necessidade de ações mais eficazes

A Rede de Observatórios da Segurança alerta para o enfraquecimento das políticas públicas de proteção às mulheres. Mesmo com a existência de mecanismos como Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime, a violência de gênero segue aumentando.

Especialistas reforçam a necessidade de fortalecer o suporte às vítimas, garantindo atendimento jurídico, psicológico e fiscalização rigorosa das denúncias, para evitar que novos casos de feminicídio aconteçam.

Fonte: Agência Brasil

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