Inflação da comida cresce mais que a geral; especialistas apontam queda na produção e priorização do mercado externo
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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil |
De acordo com a pesquisa, entre 2012 e 2024, os preços dos alimentos consumidos em casa subiram 162%, enquanto o IPCA geral acumulou alta de 109%. Essa diferença reflete a dificuldade do setor agrícola em atender à demanda da população.
Clima, câmbio e exportação impulsionam preços
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Destruição causada por enchentes na cidade de Muçum, no Rio Grande do Sul. Bruno Peres/Agência Brasil |
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Nota de 100 dólares americanos. Valter Campanato/Agência Brasil |
Impacto na mesa do brasileiro
A produção por habitante de alimentos essenciais também caiu. A oferta de feijão por pessoa no Brasil recuou 20% desde 2012, enquanto a de arroz teve queda de 22%. No caso das frutas, a produção per capita caiu 10% para banana, 5,6% para maçã e 20% para laranja.
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Grãos à venda em mercado de Brasília. Joédson Alves/Agência Brasil |
A carne bovina também ficou mais cara, impulsionada pelo aumento das exportações e pela redução da oferta. Em 2017, a disponibilidade de carne para o mercado interno era de 39,9 kg por habitante ao ano. Em 2023, esse número caiu para 36,1 kg, o menor nível da última década.
Medidas para conter a alta dos alimentos
O estudo da FGV conclui que a alta dos alimentos não é um fenômeno passageiro e recomenda medidas para garantir o abastecimento interno. Entre as sugestões estão o incentivo à produção de alimentos voltados ao consumo doméstico, recomposição de estoques públicos e melhoria da infraestrutura para escoamento da produção.
Diante da pressão inflacionária, o governo federal anunciou recentemente a isenção do Imposto de Importação para nove tipos de alimentos, além de apostar na supersafra de 2024 para aliviar os preços.
A análise do Ibre reforça que o problema não está na exportação em si, mas na necessidade de equilibrar a produção para garantir que o crescimento do agronegócio não comprometa a segurança alimentar dos brasileiros.
Fonte: Agência Brasil