Lula substitui Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde

Troca ministerial fortalece articulação política do governo e será oficializada em 6 de março

Presidente Lula e Ministra da Saúde Nísia Trindade. Nesta terça (25) o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e a Ministra da Saúde Nísia Trindade, participam da Cerimônia de Assinatura de Parcerias para Fortalecimento da Produção e Inovação de Vacinas e Biofármacos. — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (25) a substituição da ministra da Saúde, Nísia Trindade, pelo atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A mudança faz parte de uma reforma ministerial voltada para fortalecer a relação do governo com o Congresso e recuperar popularidade junto ao eleitorado. A posse oficial do novo ministro está marcada para o dia 6 de março.

A saída de Nísia já vinha sendo especulada há semanas, em meio a críticas sobre a falta de traquejo político para administrar a pasta com o maior orçamento da Esplanada e a pressão por liberação de emendas parlamentares. A ministra, no entanto, deixa como legado o aumento da cobertura vacinal infantil, a criação do programa Mais Especialidades e o avanço na produção nacional de vacinas.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante entrevista no Itamaraty — Foto: Guilherme Mazui/g1

Reforma ministerial e pressões políticas

A troca no Ministério da Saúde é a oitava mudança no primeiro escalão do governo Lula desde o início do mandato. A maioria dessas alterações ocorreu para ampliar o apoio no Congresso e minimizar crises políticas. Entre as principais mudanças estão:

Ampliação do espaço do Centrão no governo, com trocas em ministérios como Turismo, Esportes e Portos e Aeroportos.
Gestão de crises internas, incluindo a substituição no Ministério dos Direitos Humanos e na Secretaria de Comunicação Social.
Indicação de Flávio Dino ao STF, levando à nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça.

No caso de Nísia Trindade, pesaram contra sua permanência a pressão do Centrão, dificuldades na gestão da crise da dengue e a lentidão na implementação do Mais Especialidades, programa que Lula gostaria de transformar em marca de sua gestão na Saúde.

Alexandre Padilha retorna ao Ministério da Saúde

Nome de confiança de Lula, Alexandre Padilha assume o Ministério da Saúde pela segunda vez – a primeira foi entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff, quando criou o programa Mais Médicos.

Médico sanitarista e doutor em Saúde Pública, Padilha vinha atuando na articulação política do governo, mas enfrentava dificuldades na relação com o Congresso, especialmente com o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Sua nomeação para a Saúde é vista como uma tentativa de dar um perfil mais político à pasta, conciliando a gestão do SUS com o jogo de interesses no Legislativo.

A troca de comando indica que Lula busca um Ministério da Saúde mais alinhado com as negociações políticas, mas também levanta dúvidas sobre os rumos da pasta em áreas técnicas e estratégicas, como vacinação e combate a epidemias.

Fonte: G1

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