Golpe milionário no INSS: 'idosos de aluguel' são usados em fraude de R$ 23 milhões

Quadrilha utilizava identidades falsas para obtenção de benefícios previdenciários; Polícia Federal intensifica investigação

Foto: Ascom - Polícia Federal

Esquema fraudulento e atuação da quadrilha

Uma operação da Polícia Federal revelou um esquema sofisticado de fraude contra o INSS, onde idosos emprestavam suas digitais e fotografias para criminosos criarem identidades falsas e acessarem benefícios previdenciários indevidos. O golpe envolvia a falsificação de documentos como certidões de nascimento, RGs, títulos eleitorais e CPFs para gerar identidades fictícias de supostos idosos acima de 65 anos, faixa etária mínima para o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS – Idoso).

A investigação já identificou 21 “idosos de aluguel”, que juntos obtiveram 285 CPFs e títulos eleitorais falsificados. Esses documentos eram usados para abrir contas bancárias e obter 259 benefícios previdenciários fraudulentos, causando um prejuízo estimado de R$ 23 milhões aos cofres públicos. Caso o esquema não fosse interrompido, o impacto financeiro poderia chegar a R$ 35 milhões.

Além dos benefícios, a quadrilha explorava a margem consignável dos valores recebidos para realizar empréstimos consignados, ampliando ainda mais os danos financeiros.

Desdobramentos da Operação Melhor Idade

A primeira fase da operação foi deflagrada em janeiro de 2024, resultando na prisão de três investigados, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, cancelamento de CPFs e bloqueio de contas bancárias. Os agentes encontraram documentos falsos, cartões de benefícios, extratos bancários e anotações que reforçaram as suspeitas contra os envolvidos.

A análise dos bens apreendidos revelou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos suspeitos, levantando indícios de lavagem de dinheiro. No entanto, mesmo após as primeiras medidas, a quadrilha continuou realizando novos saques fraudulentos, demonstrando a complexidade da estrutura criminosa.

Diante disso, a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da operação nesta quinta-feira (06), cumprindo mandados contra 16 novos investigados nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Próximos passos e impactos

A Polícia Federal segue investigando a atuação dos envolvidos e o destino dos valores desviados. O caso evidencia a necessidade de reforço nos mecanismos de controle do INSS e no combate a fraudes previdenciárias. O esquema expôs fragilidades na concessão de benefícios e demonstrou como criminosos se aproveitam dessas brechas para cometer crimes de grande impacto financeiro.

Fonte: CIdade Verde

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