Com 73 votos, senador reforça compromisso com o diálogo e a estabilidade institucional
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| Foto: Edilson Rodrigues |
A reunião preparatória começou pouco depois das 10h e teve reviravoltas antes da votação. Durante os discursos, os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram suas candidaturas, deixando a disputa entre Alcolumbre, Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE).
Discurso e compromissos de Alcolumbre
Ao assumir a palavra, Alcolumbre destacou sua defesa intransigente do diálogo, da construção coletiva e de soluções compartilhadas. "Vocês me conhecem, sabem do meu compromisso verdadeiro com essa instituição e com o Brasil. Acima de tudo, com a população que confia em cada um de nós para representar os seus sonhos e as suas esperanças", afirmou.
O senador ressaltou que sua liderança será pautada na unidade e na busca por consensos. "Para mim, governar é ouvir e liderar é servir. É disso que o nosso país precisa agora. Uma liderança que una e não que divida", completou.
Oposição e críticas ao Senado
Mesmo sem grandes chances de vitória, os adversários de Alcolumbre usaram seus discursos para criticar o atual cenário político e defender mudanças na condução do Senado.
Marcos Pontes enfatizou a insatisfação da população com a política e cobrou uma postura mais ativa da Casa. "O povo está aflito. Nossos eleitores nos pedem: ‘Façam alguma coisa’", afirmou. "Estamos diante de um momento crucial. Precisamos escolher entre a estagnação e a mudança, entre o conforto e a luta. Precisamos restaurar a força e a credibilidade dessa casa. Precisamos garantir que as vozes da população sejam ouvidas e que os valores democráticos sejam sempre respeitados."
Já Eduardo Girão fez duras críticas à atuação do Senado e à relação entre os poderes, alegando que a Casa tem se omitido diante de crises institucionais. "Nosso grande problema foi não ter enfrentado o reequilíbrio entre os poderes, que foi perdido. A censura voltou ao Brasil depois da redemocratização, e o Senado ficou assistindo à censura. A Constituição é rasgada dia sim, dia não aqui, do nosso lado. E este Senado se acovarda. Todos nós somos responsáveis pela derrocada desta Casa", afirmou.
A importância do cargo
O presidente do Senado ocupa um dos postos mais influentes da República, acumulando também a chefia do Congresso Nacional. Entre suas atribuições estão a posse do presidente da República, a convocação extraordinária do Congresso em casos de estado de defesa ou intervenção federal, além de ser o responsável por analisar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, cabe ao presidente da Casa definir a pauta das sessões do Senado e do Congresso, exercendo um papel fundamental na condução dos debates legislativos.
A eleição do presidente do Senado exige maioria absoluta dos votos dos senadores, ou seja, pelo menos 41 votos. Caso nenhum candidato alcance esse número, um segundo turno é realizado entre os dois mais votados. No entanto, com 73 votos, Alcolumbre garantiu a vitória já no primeiro turno, demonstrando o forte apoio que construiu entre os colegas parlamentares.
Com mais um mandato à frente da Casa, Alcolumbre terá a missão de conduzir o Senado em meio a um cenário político desafiador, com pautas sensíveis em discussão e crescentes pressões por maior transparência e equilíbrio entre os poderes.
Fonte: Agência Brasil
