China aproveita "tarifaço" de Trump para expandir influência global

Enquanto aliados dos EUA reagem com tarifas próprias, Pequim adota estratégia discreta e fortalece parcerias internacionais

Donald Trump e Xi Jinping em 2019

A imposição de uma tarifa extra de 10% sobre produtos chineses pelos Estados Unidos não gerou uma resposta imediata e agressiva da China. Diferente de Canadá e México, que reagiram prontamente com medidas retaliatórias, Pequim optou por uma estratégia mais calculada, anunciando apenas nesta terça-feira (4) tarifas sobre carvão, gás natural, petróleo e veículos americanos, além de uma investigação antitruste contra o Google.

Desde o primeiro mandato de Donald Trump, a China vem reduzindo sua dependência comercial dos EUA e ampliando laços com parceiros na África, América do Sul e Sudeste Asiático. Atualmente, o país é o maior parceiro comercial de mais de 120 nações e pode utilizar a postura protecionista de Trump para se consolidar como uma alternativa mais confiável e estável para o comércio global.

O presidente Xi Jinping busca reforçar a imagem da China como líder de uma nova ordem mundial, enquanto Washington adota uma postura isolacionista. O congelamento da ajuda externa americana e as tensões comerciais com aliados tradicionais, como União Europeia e Japão, podem acelerar esse movimento, permitindo que Pequim preencha lacunas diplomáticas e comerciais deixadas pelos EUA.

Ainda que a resposta chinesa ao tarifaço tenha sido moderada, analistas acreditam que a disputa pode se intensificar nos próximos meses, à medida que Trump endureça suas políticas comerciais. Nesse cenário, Pequim continuará explorando oportunidades para ampliar sua influência global, aproveitando-se da incerteza gerada pela nova administração americana.

Fonte: BBC Newa Brasil

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