Bolsonaro questiona Lei da Ficha Limpa e recebe correção no X

Ex-presidente afirma que legislação persegue a direita, mas nota da comunidade aponta casos que atingiram políticos de diferentes espectros

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Dida Sampaio/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma nota de correção no X (antigo Twitter) após afirmar que a Lei da Ficha Limpa serve apenas para perseguir políticos de direita. A comunidade da plataforma destacou que a legislação, criada por iniciativa popular com mais de 1,6 milhão de assinaturas, já barrou candidatos tanto de esquerda quanto de direita, citando casos como os do presidente Lula (PT) e do ex-governador Anthony Garotinho.

A publicação de Bolsonaro aconteceu na última sexta-feira (7), quando ele declarou: "Hoje, para que serve a Lei da Ficha Limpa, a não ser para perseguir a direita?". A nota da comunidade do X respondeu com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ressaltando que a norma tem o objetivo de impedir candidaturas de políticos condenados e garantir maior transparência e moralidade no processo eleitoral.

Bolsonaro defende mudanças na lei

No vídeo publicado junto ao post, Bolsonaro defendeu o fim da Lei da Ficha Limpa e criticou o período de inelegibilidade previsto na norma. Ele mencionou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 141/2023, do deputado Bibo Nunes (PL-RS), que propõe reduzir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos. Se aprovado, o ex-presidente poderia concorrer já em 2026.

Atualmente, Bolsonaro acumula duas condenações por inelegibilidade e está impedido de disputar eleições até 2030, devido ao abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao questionar, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas. Além disso, ele enfrenta três investigações na Polícia Federal, incluindo suspeitas de planejamento de golpe de Estado, fraude no cartão de vacinação e o caso das joias da Arábia Saudita.

A discussão sobre a Lei da Ficha Limpa deve continuar no Congresso, mas qualquer alteração na norma dependerá de aprovação parlamentar e poderá enfrentar resistência por seu caráter de combate à corrupção e fortalecimento da transparência eleitoral.

Fonte: Estadão


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem