Proposta busca ampliar a representatividade feminina nos legislativos brasileiros, promovendo equidade e incentivando maior participação política.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do projeto de lei que institui o novo Código Eleitoral (PLP 112/2021), apresentou uma proposta que promete revolucionar a representatividade política no Brasil. Entre as medidas do extenso texto de 205 páginas, destaca-se a criação de uma reserva mínima de 20% das cadeiras nos legislativos federal, estaduais e municipais para mulheres.
O avanço da pauta no Senado
A proposta consolida a legislação eleitoral em quase 900 artigos, abordando temas como normas eleitorais, partidos políticos, inelegibilidade e fiscalização. A Câmara dos Deputados já aprovou a matéria, que agora aguarda apreciação no Senado.
A representatividade feminina no centro do debate
Um dos pontos mais relevantes do relatório é a reserva de cadeiras para candidaturas femininas, incorporada por meio de subemenda apresentada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A medida visa garantir, no mínimo, 20% de participação feminina em câmaras municipais, assembleias legislativas e na Câmara dos Deputados.
Segundo Marcelo Castro, a proposta é uma resposta à baixa representatividade das mulheres nos legislativos brasileiros. Ele destacou que cerca de mil municípios não elegeram uma única mulher em 2020 e que a maioria das unidades da Federação não alcançou 20% de representação feminina na Câmara Federal nas eleições de 2022.
"A reserva de cadeiras é a única solução capaz de viabilizar efetivamente a ampliação da participação feminina na política, considerando o alto custo das campanhas eleitorais e o sistema proporcional de listas abertas, que induz à concorrência interna entre candidatos do mesmo partido," afirmou Castro.
Como funcionará a reserva de cadeiras
A proposta prevê que o percentual mínimo seja alcançado por meio de substituição de candidatos do sexo masculino pela candidata mais votada do mesmo partido, desde que esta tenha recebido ao menos 10% do quociente eleitoral.
Mudança histórica na legislação eleitoral
Se aprovado, o novo Código Eleitoral substituirá o atual, em vigor desde 1965, consolidando décadas de normas e atualizando o sistema político em conformidade com os princípios da Constituição Federal de 1988.
A inclusão da reserva para mulheres representa não apenas um marco legislativo, mas também um passo significativo na busca por equidade e justiça na política brasileira.
Fonte: Cidae Verde