Homem é preso acusado de envenenar família e guardar material nazista: "Odiava crianças", dizem testemunhas

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, é investigado por matar quatro pessoas com veneno e colecionar materiais sobre ideologias extremistas.

Delegado Williams Pinheiro, da 1ª delegacia seccional de Parnaíba | Reprodução/Redes sociais

Prisão e suspeitas

Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso temporariamente nesta quarta-feira (8) em Parnaíba, litoral do Piauí, sob acusação de envenenar e causar a morte de quatro membros de sua família. As vítimas são Manoel Leandro da Silva, de 18 anos; Francisca Maria da Silva, de 32 anos; e os dois filhos pequenos de Francisca, de um e três anos. Uma outra filha de Francisca, de 4 anos, permanece hospitalizada em estado grave.

Segundo o delegado Williams Pinheiro, o acusado apresentava comportamento hostil e contraditório durante os depoimentos. “Francisco mudou sua versão várias vezes, inicialmente alegando que não consumiu a refeição e depois dizendo que descartou parte da comida. Essas incoerências foram cruciais para sua prisão”, afirmou.

Material apreendido e possível motivação

Durante buscas na casa, a polícia encontrou um baú trancado, acessado exclusivamente por Francisco. Dentro, estavam revistas e escritos relacionados ao nazismo e à figura de Adolf Hitler. O delegado Abimael Silva explicou que o material pode ajudar a compreender a mente do acusado e as motivações para o crime:
"Esse conteúdo é um elemento central para entendermos a personalidade do suspeito. Ele carregava a chave do baú consigo, o que reforça sua ligação com os objetos apreendidos."

Além disso, o histórico de conflitos familiares foi apontado como fator agravante. Testemunhas relataram desavenças frequentes entre Francisco e os parentes, especialmente com a mãe de Francisca Maria e a avó das crianças.

Dinâmica do crime

O crime aconteceu durante a ceia de Réveillon, quando a família compartilhou uma refeição contaminada com terbufós, um componente de veneno conhecido como "chumbinho". Após o jantar, todos passaram mal. Francisco também foi levado ao hospital no dia seguinte, mas recebeu alta rapidamente.

A conduta do suspeito após o incidente também levantou suspeitas. Ele só buscou atendimento médico cerca de quatro horas após os outros familiares serem hospitalizados. Esse detalhe foi interpretado pela polícia como possível tentativa de disfarçar sua participação no crime.

Investigação em andamento

Francisco está preso temporariamente por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. A polícia segue investigando não apenas os eventos da noite do crime, mas também os materiais apreendidos e os relatos de testemunhas.

"Estamos diante de um caso de extrema gravidade. A presença de material de cunho nazista, aliada ao comportamento do suspeito, nos obriga a investigar todas as possíveis motivações para esse ato bárbaro," concluiu o delegado Pinheiro.

A comunidade local permanece em choque com o caso, que revelou uma sequência de tragédias envolvendo a própria família do acusado.

Fonte: Meio Norte

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