A voz de Erasmo Carlos ressoa globalmente com o sucesso do filme ‘Ainda Estou Aqui’

Canção "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", gravada em 1971, ganha destaque na trilha sonora do longa de Walter Salles, que concorre ao Oscar 2025 e amplia o alcance internacional do legado do artista.

Foto: Montagem/divulgação

O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, não só conquistou três indicações ao Oscar 2025, mas também levou a música de Erasmo Carlos (1941–2022) a novos patamares de reconhecimento global. A balada É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, composta e gravada pelo artista em 1971, é a peça central da trilha sonora do longa-metragem, que vem fazendo sucesso em cinemas dos Estados Unidos, França e outros países.

A canção, originalmente lançada no álbum Carlos, Erasmo... (1971), marcou uma virada na carreira de Erasmo Carlos após o fim da Jovem Guarda. Com uma letra que reflete o clima sombrio do Brasil durante os anos de chumbo da ditadura militar, a música ganhou nova vida ao ser incluída no filme, que narra a saga de Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, assassinado em 1971. A interpretação sóbria e melancólica de Erasmo, acompanhada pela guitarra de Lanny Gordin (1951–2023), combina perfeitamente com o tom comedido da direção de Salles.

Reconhecimento internacional
Antes mesmo das indicações ao Oscar, Ainda Estou Aqui já chamava a atenção no circuito internacional, mas o prestígio do prêmio amplificou ainda mais sua visibilidade. A inclusão de É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo na trilha sonora do filme não só reviveu a obra de Erasmo Carlos, mas também a projetou para um público global, que agora pode descobrir a profundidade e a relevância de sua música.

A canção, cuja autoria é creditada a Erasmo e Roberto Carlos, é considerada por muitos uma criação principalmente de Erasmo, com colaboração de Roberto. A letra, que aborda temas como resistência e superação, ressoa com a narrativa do filme, que retrata a luta de Eunice Paiva para reconstruir sua vida após a perda do marido.

Legado que atravessa gerações
O álbum Carlos, Erasmo..., lançado em 1971, não foi um sucesso comercial imediato, mas tornou-se um marco cultuado ao longo dos anos. Agora, com a exposição global proporcionada pelo filme e pelas plataformas de streaming, o trabalho de Erasmo Carlos ganha nova dimensão, alcançando ouvintes de diferentes culturas e idiomas.

A voz gentil e poética de Erasmo, que sempre soube traduzir em música as angústias e esperanças de seu tempo, continua a ecoar, mostrando que sua arte é, de fato, atemporal. Com Ainda Estou Aqui, o legado do Tremendão ultrapassa fronteiras, levando ao mundo a mensagem de que, mesmo nos momentos mais difíceis, é preciso dar um jeito, meu amigo.

Fonte: G1

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