Canção "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", gravada em 1971, ganha destaque na trilha sonora do longa de Walter Salles, que concorre ao Oscar 2025 e amplia o alcance internacional do legado do artista.
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Foto: Montagem/divulgação |
A canção, originalmente lançada no álbum Carlos, Erasmo... (1971), marcou uma virada na carreira de Erasmo Carlos após o fim da Jovem Guarda. Com uma letra que reflete o clima sombrio do Brasil durante os anos de chumbo da ditadura militar, a música ganhou nova vida ao ser incluída no filme, que narra a saga de Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, assassinado em 1971. A interpretação sóbria e melancólica de Erasmo, acompanhada pela guitarra de Lanny Gordin (1951–2023), combina perfeitamente com o tom comedido da direção de Salles.
Reconhecimento internacional
Antes mesmo das indicações ao Oscar, Ainda Estou Aqui já chamava a atenção no circuito internacional, mas o prestígio do prêmio amplificou ainda mais sua visibilidade. A inclusão de É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo na trilha sonora do filme não só reviveu a obra de Erasmo Carlos, mas também a projetou para um público global, que agora pode descobrir a profundidade e a relevância de sua música.
A canção, cuja autoria é creditada a Erasmo e Roberto Carlos, é considerada por muitos uma criação principalmente de Erasmo, com colaboração de Roberto. A letra, que aborda temas como resistência e superação, ressoa com a narrativa do filme, que retrata a luta de Eunice Paiva para reconstruir sua vida após a perda do marido.
Legado que atravessa gerações
O álbum Carlos, Erasmo..., lançado em 1971, não foi um sucesso comercial imediato, mas tornou-se um marco cultuado ao longo dos anos. Agora, com a exposição global proporcionada pelo filme e pelas plataformas de streaming, o trabalho de Erasmo Carlos ganha nova dimensão, alcançando ouvintes de diferentes culturas e idiomas.
A voz gentil e poética de Erasmo, que sempre soube traduzir em música as angústias e esperanças de seu tempo, continua a ecoar, mostrando que sua arte é, de fato, atemporal. Com Ainda Estou Aqui, o legado do Tremendão ultrapassa fronteiras, levando ao mundo a mensagem de que, mesmo nos momentos mais difíceis, é preciso dar um jeito, meu amigo.
Fonte: G1
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Cultura