TRE-GO torna Ronaldo Caiado inelegível por 8 anos e cassa mandato de prefeito eleito em Goiânia

Decisão aponta abuso de poder político em apoio ao candidato Sandro Mabel nas eleições municipais de 2024

Ronaldo Caiado e Sandro Mabel, durante a campanha para prefeito | Foto: Divulgação

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) declarou o governador Ronaldo Caiado (União) inelegível por oito anos, acusando-o de abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024. A sentença também determinou a cassação do registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União), aliado de Caiado. A decisão, proferida na noite desta terça-feira (10) pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, ainda permite recurso.

Entenda o caso

A condenação teve como base denúncias da coligação de Fred Rodrigues (PL), candidato derrotado no segundo turno e apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A juíza concluiu que Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para organizar jantares em apoio a Mabel nos dias 7 e 9 de outubro, em pleno período de campanha no segundo turno.

Os eventos reuniram vereadores eleitos e lideranças políticas e, segundo a sentença, envolveram o uso de recursos públicos, incluindo servidores estaduais, para prestação de serviços durante os jantares.

"As imagens dos vídeos que instruem a inicial demonstram que o ambiente estava preparado para a oferta de alimentos e bebidas aos convidados e contava inclusive com decoração", afirma trecho da decisão.

A juíza também destacou que Caiado admitiu, em sua defesa, que os eventos eram reuniões de trabalho, com custos arcados pelo poder público.

Consequências políticas e jurídicas

A decisão não interfere no mandato de Caiado como governador, mas sua inelegibilidade até 2032 impacta suas pretensões de concorrer à Presidência em 2026. Mabel e sua vice, Coronel Cláudia (Avante), poderão ser diplomados no próximo dia 19 e tomar posse em 1º de janeiro, até que o TRE-GO analise eventuais recursos.

A defesa de Mabel afirma que os eventos foram meras reuniões políticas realizadas na residência do governador e nega irregularidades. “Reafirmamos a convicção de que não houve qualquer irregularidade na conduta apontada, tratando-se apenas de uma reunião política sem desvio de finalidade ou gravidade que justifique a sentença”, declararam os advogados do prefeito eleito.

Caiado, por sua vez, ainda não se manifestou sobre a decisão. A sentença reforça o debate sobre o uso de estruturas públicas para fins eleitorais e pode trazer desdobramentos significativos na política estadual e nacional.

Fonte: UOL

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