Brasil reduz pobreza extrema ao menor nível da década, aponta IBGE

 

Consumidores na Rua 25 de Março, Centro de SP, em 20 de dezembro de 2023 — Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O Brasil registrou, em 2023, os menores índices de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, 8,7 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza entre 2022 e 2023, enquanto 3,1 milhões deixaram a extrema pobreza. Ainda assim, 59 milhões de brasileiros continuam na pobreza, e 9,5 milhões enfrentam condições extremas.

Redução Histórica

  • Pobreza: A proporção da população em situação de pobreza caiu de 31,6% para 27,4%, com o número total de pessoas reduzido de 67,7 milhões para 59 milhões.
  • Extrema Pobreza: O índice passou de 5,9% para 4,4%, atingindo 9,5 milhões de pessoas, o menor número da série histórica.

Esses resultados foram impulsionados por um mercado de trabalho aquecido e pela ampliação da cobertura de benefícios sociais, segundo Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE.

Grupos Mais Afetados

A pobreza é mais acentuada entre crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, grupo em que 44,8% são pobres e 7,3% vivem na extrema pobreza. Já os idosos apresentam os menores índices, com 11,3% na pobreza e 2% na extrema pobreza.

Gênero e Cor

  • Mulheres: 28,4% vivem na pobreza, e 4,5%, na extrema pobreza.
  • Homens: 26,3% estão na pobreza, e 4,3%, na extrema pobreza.
  • Pardos e Pretos: A pobreza atinge 35,5% e 30,8%, respectivamente, contra 17,7% entre pessoas brancas.

Desigualdades Regionais

As regiões Norte e Nordeste continuam com as maiores taxas de pobreza e extrema pobreza.

  • Pobreza: Nordeste (47,2%), Norte (38,5%), Sudeste (18,4%), Centro-Oeste (17,8%) e Sul (14,8%).
  • Extrema Pobreza: Nordeste (9,1%), Norte (6%), Sudeste (2,5%), Centro-Oeste (1,8%) e Sul (1,7%).

Inclusão Digital

O acesso domiciliar à internet avançou de 68,9% em 2016 para 92,9% em 2023, com destaque para a população extremamente pobre, cujo índice saltou de 34,7% para 81,8%. Entre a população pobre, o acesso aumentou de 50,7% para 81,8% no mesmo período.

Desafios Persistentes

Apesar dos avanços, Athias destaca a necessidade de políticas públicas mais amplas para reduzir desigualdades históricas. Ele também chama a atenção para a precariedade em setores como agricultura e serviços domésticos, onde a pobreza é mais prevalente, especialmente entre mulheres pretas ou pardas.

“O desenvolvimento brasileiro historicamente concentrou oportunidades no Centro-Sul do país. Superar essas desigualdades requer ações estruturantes, como a ampliação do acesso à educação e à creche”, conclui o pesquisador.

Fonte: G1

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