Foto: Getty Images |
Pesquisadores das Universidades de Cambridge e Oxford, no Reino Unido, publicaram um estudo na revista Brain, em 7 de outubro, que aponta anomalias estruturais no cérebro de pacientes que foram hospitalizados com Covid-19. O estudo analisou imagens cerebrais de alta resolução de 31 pacientes que contraíram a doença durante as primeiras ondas da pandemia, antes da vacinação em massa.
Lesões no Tronco Cerebral
Os exames de imagem realizados três meses após a alta hospitalar revelaram alterações no tronco cerebral dos pacientes, uma área crucial para funções vitais como respiração, controle da pressão arterial e batimentos cardíacos. Segundo os cientistas, as inflamações nessa região ainda estavam presentes até 18 meses após a infecção inicial.
Catarina Rua, neurocientista envolvida no estudo, explicou que "as anomalias observadas em áreas do cérebro associadas à respiração sugerem fortemente que os sintomas persistentes da Covid são efeitos da inflamação no tronco cerebral". As lesões foram mais pronunciadas em pacientes que enfrentaram casos graves da doença, especialmente aqueles que passaram por longos períodos de internação e tiveram respostas inflamatórias intensas.
Os resultados indicam que o tronco cerebral é uma área particularmente vulnerável aos efeitos prolongados da Covid-19, com alterações observáveis nos meses seguintes à hospitalização.
O Que é a Covid Longa?
A Covid longa se caracteriza por sintomas que persistem ou surgem até três meses após a infecção inicial e duram pelo menos dois meses. Esses sintomas não podem ser explicados por outras condições e podem afetar até mesmo pessoas que tiveram casos leves de Covid-19, segundo a OMS.
Esse estudo reforça a necessidade de maior compreensão e acompanhamento dos efeitos prolongados da Covid-19, visto que muitos pacientes continuam a sofrer com os impactos da doença, mesmo após a recuperação da fase aguda da infecção.
Fonte Metrópoles