Cafeína pode ajudar a proteger contra Alzheimer, sugere estudo

Todas as razões pelas quais uma xícara de café realmente pode ser boa para você — Foto: Adobe Stock

Uma pesquisa recente publicada na revista científica Alzheimer's & Dementia trouxe novos dados sobre o impacto da cafeína na saúde do cérebro. O estudo sugere que o consumo regular de cafeína pode estar associado a um menor risco de desenvolver comprometimento cognitivo leve (CCL) e doença de Alzheimer, especialmente em pessoas idosas.

A cafeína, encontrada em bebidas como café, chá, cacau e energéticos, é conhecida por estimular o sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta e reduzindo a sonolência. Agora, essa substância pode estar ligada à proteção contra a deterioração cognitiva relacionada ao Alzheimer.

Como o Alzheimer afeta o cérebro

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, causada pelo acúmulo de proteínas anormais no cérebro, como a beta-amiloide e a tau. Esses depósitos interferem na comunicação entre os neurônios, levando à morte celular, deterioração cognitiva e perda de memória. Os sintomas iniciais incluem confusão, desorientação e dificuldade para realizar tarefas diárias, e a doença não tem cura, embora existam tratamentos paliativos.

O novo estudo sobre cafeína e Alzheimer

O estudo, parte do projeto Baltazar, focado em Alzheimer, investigou as alterações biológicas que o consumo de cafeína pode gerar no cérebro, em especial no líquido cefalorraquidiano (LCR), que envolve o cérebro e a medula espinhal. A pesquisa acompanhou 263 pacientes com mais de 70 anos, diagnosticados com comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer, durante um período de cinco anos. Esses pacientes foram submetidos a exames de ressonância magnética e análise de amostras de sangue e LCR.

Os participantes foram divididos em dois grupos: os que consumiam 200 miligramas ou menos de cafeína por dia — o equivalente a duas xícaras de café — e os que consumiam mais de 200 miligramas diários. Aqueles que ingeriam menos cafeína apresentaram um risco quase 2,5 vezes maior de serem diagnosticados com perda de memória ou Alzheimer.

Cafeína e proteínas relacionadas ao Alzheimer

Os pesquisadores descobriram que os pacientes com baixo consumo de cafeína tinham maiores concentrações de proteínas beta-amiloides no cérebro, um dos principais indicadores da progressão do Alzheimer. No entanto, a proteína tau, outra substância que agrava os sintomas da doença, não foi significativamente afetada pelo consumo de cafeína.

Consumo de cafeína com moderação

Embora o estudo sugira que a cafeína possa oferecer benefícios para a saúde cognitiva, os cientistas alertam para os cuidados com o consumo excessivo. Beber café ou outras bebidas ricas em cafeína sem limites pode ter efeitos negativos, como perturbações no sono, que também é crucial para a saúde neurológica. Além disso, muitos produtos que contêm cafeína, como chocolates e energéticos, são ricos em açúcar, o que pode prejudicar a saúde cognitiva.

Em resumo, o consumo moderado de cafeína, como uma xícara de café ou chá, pode ser benéfico para o cérebro, mas é essencial manter um equilíbrio para não comprometer outras áreas da saúde.

Fonte: G1

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