Logo do X, anteriormente conhecido como Twitter , na Califórnia 30/7/2023 REUTERS/Carlos Barria/Arquivo |
A decisão do X (antigo Twitter) de fechar seu escritório no Brasil, após medidas judiciais ordenadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, gerou um embate político. Membros da oposição criticaram duramente o ministro, enquanto o governo defendeu o cumprimento das decisões judiciais por parte da plataforma.
A empresa anunciou que sua saída do Brasil está diretamente ligada às ordens judiciais que exigiram o bloqueio de perfis na rede social e a possibilidade de prisão da representante da companhia no país. Mesmo com o fechamento do escritório, o acesso à plataforma permanece disponível para os usuários brasileiros.
Críticas da Oposição
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), vice-líder da oposição na Câmara, foi um dos primeiros a reagir, acusando o ministro Alexandre de Moraes de "abuso de autoridade". Segundo o parlamentar, o magistrado tem "agido nas sombras, com decisões secretas" que interferem na liberdade de expressão.
Em nota, Van Hattem reiterou sua crítica, apontando que o Senado tem sido conivente com o que considera uma escalada autoritária do STF. A parlamentar Carol de Toni (PL-SC), também vice-líder da oposição, expressou preocupação com o futuro da liberdade de expressão no país. "Estamos cada vez mais distantes da liberdade e da democracia", afirmou. Ela alegou que as decisões judiciais recentes configuram uma perseguição a usuários e elogiam a censura.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se manifestou, comparando a situação brasileira à da Venezuela, onde o sistema democrático foi fortemente questionado. Bolsonaro alertou que a continuidade desse tipo de interferência pode afetar até mesmo a elite do país.
Governo Defende Medidas Judiciais
Enquanto a oposição acusa o STF de censura e abuso de poder, o governo federal defendeu as ações do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com fontes ligadas ao Executivo, a decisão de Moraes está baseada no descumprimento de ordens judiciais por parte da plataforma, que teria ignorado solicitações formais da Justiça brasileira. O governo reafirmou que as medidas adotadas visam garantir o cumprimento da legislação nacional, e não representar um ataque à liberdade de expressão.
O fechamento do escritório do X no Brasil intensifica o debate sobre o papel das redes sociais e o poder das autoridades judiciais no controle de conteúdo, em meio a um cenário político já polarizado.
Fonte: CNN Brasil