PF afirma que Bolsonaro desviou R$ 6,8 milhões com venda ilegal de joias

Inquérito enviado ao STF revela que ex-presidente usou recursos para custear despesas nos EUA e incorporar bens ao seu patrimônio pessoal.

Foto: Divulgação/ PR

Em um inquérito de 476 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de desviar R$ 6,8 milhões através da venda ilegal de joias sauditas. Essas joias, que deveriam integrar o acervo público brasileiro, foram vendidas ilegalmente e os valores foram incorporados ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e usados para custear suas despesas nos Estados Unidos no início de 2023.

Viagem e Estadia nos EUA

Bolsonaro viajou para Orlando, Flórida, poucos dias antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, permanecendo no país por três meses. Durante este período, ele não realizou movimentações bancárias, mas, de acordo com a PF, utilizou os recursos provenientes da venda das joias para suas despesas. As investigações, baseadas em dados do celular de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, revelam que Bolsonaro teria recebido US$ 25 mil em espécie, montante que estaria sob a posse de Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante.

Detalhes da Denúncia

A PF detalha que as joias e relógios deveriam ser considerados parte do acervo público, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União de 2016, que estabelece que presentes dados por outros governos ao presidente pertencem à União, exceto itens personalíssimos, o que não inclui artigos de luxo como joias.

Movimentação de R$ 25 Milhões

O relatório da PF indica que o esquema envolvendo Bolsonaro movimentou cerca de US$ 4,5 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 25 milhões na cotação atual. Os bens foram submetidos a procedimentos periciais para determinar seu valor de mercado, revelando um montante significativo desviado para enriquecimento ilícito do ex-presidente.

Apropriação de Patrimônio

O relatório da PF ainda afirma que os valores obtidos com as vendas das joias foram convertidos em dinheiro em espécie e incorporados ao patrimônio pessoal de Bolsonaro, sem passar pelo sistema bancário formal, com o intuito de ocultar a origem dos recursos.

A investigação segue e as implicações legais para o ex-presidente e seus associados ainda estão sendo determinadas pelo STF.

Fonte: Cidade Verde

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