Alguns dos rádios de pilha arrecadados na campanha Imagem: Arquivo Pessoal |
Durante as recentes enchentes no Rio Grande do Sul, os rádios de pilha emergiram como itens cruciais para manter a comunicação com pessoas isoladas e sem acesso a fontes digitais de informação. Em uma época em que a tecnologia digital domina, esses "itens de museu" tornaram-se verdadeiros salva-vidas para comunidades sem eletricidade ou internet.
O professor universitário Willian Araújo, da Unics (Universidade de Santa Cruz do Sul), lidera uma campanha para arrecadar rádios de pilha e distribuí-los nas áreas afetadas pelas enchentes, inicialmente concentradas na região central do estado. Araújo destaca a importância vital do rádio de pilha em situações de crise: "Nos dias de grande confusão, eu me vi com o meu radinho de pilha."
Santa Cruz do Sul, embora seja uma cidade de porte médio e industrializada, possui uma forte cultura de agricultura familiar e depende amplamente do rádio para comunicação. A emergência climática evidenciou a vulnerabilidade das infraestruturas de comunicação digital, destacando o papel crucial do rádio de pilha como uma fonte confiável de informação.
A campanha liderada pela Unics não apenas arrecada rádios de pilha, mas também produz boletins informativos transmitidos pelas rádios locais, oferecendo orientações sobre saúde, segurança e medidas de prevenção durante as enchentes. A iniciativa demonstra como o rádio continua a ser um meio resiliente de comunicação, adaptando-se aos desafios tecnológicos.
Apesar dos avanços digitais, o rádio de pilha mostra sua relevância em momentos de crise, funcionando quando outras formas de comunicação falham. A iniciativa, que cresceu com o apoio da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e associações de radiodifusão, destaca a importância de garantir o acesso a esse meio de comunicação essencial, especialmente em tempos de emergência.
Fonte: Uol Tilt