Índices de educação, saúde e economia avançam em 1º ano de Lula 3; contas públicas pioram

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução

O Brasil testemunhou, em 2023, uma série de melhorias em seus índices de educação, saúde e economia durante o primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). No entanto, as contas públicas do país sofreram um revés significativo, revelando um cenário de contrastes.

De acordo com uma análise abrangente de 99 indicadores que abarcam diversas áreas, 66 registraram avanços, enquanto 20 apresentaram piora e 13 permaneceram estáveis em relação ao período anterior. Essa evolução contrasta fortemente com o cenário observado no primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro, em 2019, quando a maioria dos indicadores teve resultados negativos.

Os dados utilizados para essa análise provêm de uma variedade de fontes, incluindo ministérios, instituições como o IBGE e o Banco Central, além de relatórios de organizações como a Transparência Internacional e a CNI. A consulta a especialistas também enriqueceu a compreensão dos números apresentados.

No âmbito econômico, o país testemunhou melhorias em diversos setores, como alguns segmentos do PIB, inflação e câmbio. No entanto, preocupações surgiram com o aumento da dívida pública e o déficit nas contas públicas e nos gastos previdenciários, sinalizando desafios que requerem atenção cuidadosa.

O crescimento do PIB, anunciado em 2,9% para 2023, impulsionado em grande parte pelo setor agropecuário, reflete parte dos esforços empreendidos. Ações voltadas para o mercado interno, como a revitalização de programas sociais e uma nova política para o salário mínimo, contribuíram para fortalecer a economia interna.

No entanto, o cenário fiscal apresentou desafios, com a mudança no arcabouço fiscal suscitando preocupações sobre a estabilização da dívida pública a longo prazo e a necessidade de aumento da carga tributária, conforme apontado por especialistas.

No setor educacional, o Ministério da Educação testemunhou um retorno à coordenação da política educacional, com avanços em várias áreas, embora desafios persistam. A execução orçamentária enfrentou obstáculos, e reformas planejadas, como a do ensino médio, encontraram resistência em alguns setores.

O setor da saúde também registrou avanços, com melhorias na disponibilidade de profissionais e procedimentos no SUS, além de quedas preliminares na mortalidade materna e infantil. No entanto, desafios persistem, como a queda na cobertura vacinal e o aumento de casos de dengue.

No âmbito ambiental e da segurança pública, avanços misturam-se a desafios, com reduções no desmatamento na Amazônia contrastando com o aumento recorde no cerrado. As queimadas também cresceram, enquanto os números de segurança viária apresentaram cenários divergentes.

As ações dos ministérios refletem uma abordagem multifacetada para enfrentar os desafios, com investimentos significativos em diversas áreas. No entanto, questões como a herança fiscal e as políticas de médio prazo continuam a exigir atenção.

À medida que o país avança no terceiro mandato de Lula, os desafios e as oportunidades delineiam um caminho complexo à frente. A análise desses indicadores oferece uma visão abrangente do panorama nacional, destacando áreas de progresso e setores que demandam medidas urgentes e estratégias de longo prazo.

Lula 3, ano 1

Evolução de indicadores do país em 2023, primeiro ano do terceiro mandato do petista:


Indicador

Evolução

Situação

Abertura de empresas na Bovespa

Estável

Nenhuma empresa abriu capital na Bolsa de Valores de São Paulo em 2023, mesma situação observada em 2022

Agentes comunitários de saúde

Melhorou

Número de agentes comunitários foi de 287,6 mil para 292 mil em 2023

Alfabetização

Melhorou

O MEC sob o governo Lula gastou em política de alfabetização no ano passado R$ 318 milhões, contra R$ 235 milhões em 2022, ainda sob Bolsonaro. Os investimentos em alfabetização em 2023, no entanto, ficaram longe do disponível no orçamento e quase todo gasto só foi executado no fim do ano. Assim, a nova política de alfabetização do governo Lula só terá efeito prático, na sala de aula, neste ano de 2024

Armas

Melhorou

O número de armas no governo Jair Bolsonaro explodiu após a publicação de normas que flexibilizaram o acesso. Após quatro anos de políticas públicas pró-armamentistas, o novo governo revogou e alterou normas e o número de novos registros de posse de armas de fogo no Brasil caiu mais de 80% em 2023

Arrecadação tributária

Estável

A arrecadação do governo federal fechou 2023 com queda real de 0,1% em relação ao ano anterior. Apesar do recuo, é o segundo melhor ano da série histórica iniciada em 1995. A arrecadação de 2023, que totalizou R$ 2,32 trilhões, ficou abaixo apenas da de 2022, de R$ 2,36 trilhões, em valores corrigidos pela inflação

Avaliação popular do desempenho de deputados e senadores

Melhorou

Os deputados federais e senadores tiveram o trabalho aprovado no primeiro ano de legislatura por 18% dos entrevistados pelo Datafolha, com 35% de rejeição. Outros 43% consideraram o desempenho dos congressistas regular. Os números são ligeiramente melhores do que os colhidos pelo Datafolha no primeiro ano da legislatura anterior, em 2019, quando a aprovação era de 14%, a rejeição de 45% e a avaliação regular, 38%

Avaliação popular do presidente da República

Melhorou

Lula encerrou seu primeiro ano de mandato com 38% de aprovação popular e 30% de rejeição, de acordo com o Datafolha. Em 2019, Bolsonaro encerrou seu primeiro ano no Palácio do Planalto com 30% de aprovação e 36% de rejeição

Balança comercial

Melhorou

As exportações superaram as importações em US$ 98,8 bilhões em 2023, ultrapassando com folga o saldo do ano anterior, de US$ 61,5 bilhões

Bolsa Família

Melhorou

De acordo com os dados do governo, o programa encerrou 2023 com números recordes –média, 21,3 milhões de famílias atendidas (contra 19,2 milhões em 2022), orçamento de R$ 14,1 bilhões em média, por mês (contra R$ 7,8 bilhões do ano passado) e valor médio repassado às famílias de R$ 670,36 por mês (contra R$ 394,48 de 2022). Na comparação entre dezembro de cada ano, em 2023 foram 21,06 milhões de famílias contempladas, com orçamento total de R$ 14,25 bilhões e benefício médio de R$ 680,61. Em dezembro de 2022, foram 21,6 milhões de famílias contempladas, com orçamento total de R$ 13 bilhões e benefício médio de R$ 607

Botijão de gás

Melhorou

O preço médio do botijão de 13 kg estava em R$ 100,98 no final de 2023, valor inferior ao do final de 2022 (R$ 108,64)

Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)

Piorou

Apesar de ter havido um saldo positivo de 1,5 milhão de novos empregos com carteira assinada em 2023, esse número foi inferior a 2022 (2 milhões) e 2021 (2,8 milhões)

Cesta básica

Melhorou

Preço médio da cesta básica calculado pelo Dieese teve queda em 15 das 17 capitais avaliadas no primeiro ano do governo Lula. Em 2022, por outro lado, o preço médio havia aumentado em todas as 17 capitais

Cobertura vacinal (crianças)

Estável

Dados preliminares da Saúde mostram quedas de cobertura, por exemplo, de BCG, hepatite B e estabilidade da pentavalente. Vacinação de poliomielite e tríplice viral aumentou. Juarez Cunha, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirma que os dados sobre BCG e hepatite B ainda são imprecisos, por causa das mudanças na forma de registro das aplicações das doses. Ele acredita que a cobertura destes imunizantes segue estável

Comércio/Varejo

Melhorou

As vendas do comércio varejista no país tiveram alta de 1,7% em 2023, superando a de 2022 (1%), de acordo com os dados do IBGE

Confiança do consumidor

Melhorou

O índice de confiança do consumidor, medido pela FGV/Ibre, subiu de 88 pontos, registrados em dezembro de 2022, para 97, em setembro de 2023 (último dado disponível)

Confiança do empresariado

Estável

O índice de confiança do empresário industrial, medido pela CNI, encerrou 2023 aos 51 pontos, praticamente o mesmo resultado do final de 2022 (50,8 pontos)

Contas externas

Melhorou

Dados do Banco Central apontam que o rombo nas contas externas apresentou uma redução de 41% no ano de 2023. O déficit nas transações correntes somou US$ 28,6 bilhões, ante um total de US$ 48,3 bilhões em 2022

Demarcação de terras indígenas e orçamento da Funai

Melhorou

As terras indígenas são classificadas nas seguintes categorias: em estudo, delimitada, declaradas, homologadas e regularizadas. Em 2022, não houve declaração ou homologação de terras indígenas. Em 2023, oito foram homologadas. O orçamento da Funai, de acordo com o Portal da Transparência, cresceu de R$ 609 milhões para R$ 813 milhões de 2022 para 2023

Dengue

Piorou

Brasil já registrou mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue e 214 mortes confirmadas pela doença em 2024. No mesmo período de 2023, eram 207 mil casos

Desmatamento na Amazônia Legal

Melhorou

O primeiro ano do terceiro mandato de Lula registrou queda expressiva do desmatamento na amazônia. Dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que em 2023 foi perdida uma área de 5.151,6 km² na floresta amazônica, uma redução de 50% na comparação com os índices de 2022

Desmatamento no cerrado

Piorou

Dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que no primeiro ano do terceiro mandato de Lula houve crescimento recorde do desmatamento no cerrado, 7.828,2 km², o que representa alta de 43%

Dívida bruta do governo geral

Piorou

A dívida bruta do governo geral (que engloba governo federal, INSS e governos estaduais e municipais), medida pelo Banco Central, atingiu 74,3% do PIB (R$ 8,1 trilhões) em 2023, contra 71,7% em 2022. Contribuiu para esse resultado o fato de o governo Jair Bolsonaro (PL) ter adiado despesas no ano em que disputou a eleição com Lula

Dívida líquida do setor público

Piorou

A dívida líquida do setor público foi a 60,8% do PIB (R$6,6 trilhões) em 2023, contra 57,5% de 2022

Dólar

Melhorou

A moeda norte-americana chegou ao final de 2023 cotada a R$ 4,85, 8% abaixo do fechamento de 2022, quando estava em R$ 5,28

Educação - Investimentos federais na educação básica

Melhorou

O primeiro ano do governo Lula registrou maiores investimentos em educação básica com relação a 2022, último ano de Bolsonaro. Parte considerável do montante gasto em 2023, no entanto, veio apenas nos últimos dias do ano, como é o caso dos recursos destinados para bolsas de permanência do ensino médio. A política representa R$ 6 bilhões, dos R$ 13 bilhões anotados para a educação básica no ano passado. Mas o programa só começa a valer neste ano

Educação - Investimentos federais no ensino profissional

Melhorou

A educação profissional não foi alvo de uma política específica no primeiro ano do governo Lula. Os investimentos direcionados para isso somaram em 2023 o total de R$ 12,8 bilhões, contra R$ 12,3 bilhões em 2022 (valor atualizado). Houve alta, mas de apenas 4%. Mesmo assim o número de matrículas avançou com relação a 2022. Eram 1,24 milhão de matrículas e passou para 1,34 milhão, considerando só a rede pública

Educação - Investimentos federais no ensino superior

Melhorou

Apesar de ter ampliado o orçamento das instituições federais de ensino superior em 2023, reitores tiveram problemas no ano passado para conseguir a liberação de recursos. Os R$ 33,8 bilhões pagos na subfunção ensino superior representam 6% a mais do executado no último ano do governo Bolsonaro

Educação - Pós-graduação

Melhorou

O governo aumentou o valor das bolsas de pós-graduação geridas pela Capes. E também houve aumento no número de beneficiários. Eram 98,2 mil bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutoramento em 2022. Esse número passou para 103,2 mil, sobretudo pela ampliação nas bolsas de doutorado

Educação - Tempo integral

Melhorou

A maior parte dos recursos de tempo integral também só foram liberadas no fim do ano de 2023. Mas os valores destinados à política, colocada como prioridade pelo governo, são bastante superiores ao do último ano de Bolsonaro. Em 2023, foram pagos R$ 1,9 bilhão, contra R$ 132 milhões em 2022

Educação infantil - obras, manutenção e matrículas

Melhorou

O governo Lula conseguiu destravar parte dos gastos em obras para creches e pré-escolas com relação ao governo Bolsonaro. Os gastos com manutenção de novas turmas, manutenção de novos estabelecimentos e construção de creches chegaram a R$ 606 milhões em 2023, contra R$ 172 milhões no ano anterior (dados de 2022 atualizados pela inflação). As matrículas em pré-escola (4 a 5 anos) indicam universalização do acesso. Em creches (de 0 a 3 anos), o número de alunos passou de 2,61 milhões para 2,75 milhões somente na rede pública

Endividamento das famílias

Melhorou

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro nacional estava em 48,2% em novembro, dado mais recente divulgado pelo Banco Central, redução de 1,3 ponto percentual em relação a novembro de 2022. O pico ocorreu em julho de 2022, quando o índice chegou a 50,1%

Enem - participação

Melhorou

O governo Lula conseguiu interromper em 2023 uma curva de queda no número de inscritos e participantes no Enem, que é a principal porta de entrada para o ensino superior. As taxas de abstenção no exame seguiram alta, no entanto

Estados em dificuldade de honrar dívidas

Piorou

Aumentou o número de estados classificados pelo Tesouro com notas C e D, o que indica dificuldades para honrar dívidas e impede que façam empréstimos com garantia da União. O cálculo é composto por três indicadores: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez. Em 2023, oito estados estavam nessa situação, ante seis estados no ano anterior

Estupros

Melhorou

De acordo com o Sinesp, houve leve recuo de registros de 2022 (79.509) para 2023 (77.940)

Expectativa da variação do dólar

Melhorou

No fim de 2022, a expectativa do mercado para o dólar no fechamento de 2023, medida pelo Banco Central no Boletim Focus, era de R$ 5,27. Já no encerramento de 2023, o mercado projetou dólar a R$ 5 no fim de 2024

Famílias assentadas da reforma agrária e orçamento do Incra

Estável

Apesar de no primeiro ano de Lula 3 o número de áreas incorporadas ao programa de reforma agrária e o número de famílias assentadas ter subido levemente, o orçamento discricionário do Incra foi o menor desde 2003, R$ 300 milhões

Feminicídio

Estável

Os números de ocorrência ficaram praticamente os mesmos em 2022 (1.449) e 2023 (1.431)

Fies

Estável

O número de pessoas que tiveram acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) no primeiro ano do governo Lula foi de 50.360 contratos, similar ao de 2022, quando houve 50.914 contratos. O Fies foi uma bandeira da educação de governos do PT, mas a partir 2012 houve uma explosão de gastos e regras estipuladas após 2015, ainda sob o governo Dilma Rousseff (PT), que enxugaram ano a ano o programa. Em 2023, o governo apostou em renegociação de dívidas

Fila do INSS

Melhorou

A fila de espera pela análise de benefícios previdenciários passou de 2,069 milhões de pedidos em dezembro de 2022 para 1,545 milhão em dezembro de 2023. O tempo médio de espera por resposta diminuiu de 79 dias em dezembro de 2022 para 47 dias em dezembro de 2023. Novos pedidos mensais chegaram a 1 milhão em 2023, contra média de cerca de 750 mil ao mês, em 2022

Financiamento da cultura

Melhorou

O número de projetos aprovados via Lei Rouanet, principal mecanismo de fomento a cultura no país, mais que triplicou em 2023, em relação ao ano anterior. De acordo com o Salic, Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura, foram 2.954 em 2022, número que subiu para 10.816 em 2023. Os valores captados foram de R$ 2,1 milhões e R$ 2,3 milhões, respectivamente. A renúncia fiscal efetiva, de acordo com o MinC, só é informada com precisão pela Receita cerca de dois anos depois, já que pode haver investimentos privados que superam o teto de renúncia autorizado por lei a cada empresa. Caso ocorra, o valor doado é considerado patrocínio privado

Fiscalização do Ibama

Melhorou

Os indicadores de fiscalização (autos de infração e apreensões), que despencaram sob Bolsonaro, voltaram a subir em 2023. As despesas empenhadas do órgão também subiram, de R$ 1,55 bilhão em 2022 para R$ 1,76 bilhão em 2023

Fluxo de veículos nas estradas pedagiadas

Melhorou

De acordo com o índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), o fluxo total de veículos leves e pesados em dezembro de 2023 foi 6,6% maior na comparação com dezembro de 2022

Geração de energia elétrica

Melhorou

De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a carga de energia gerada no Sistema Interligado Nacional subiu de 611.262 GWh (gigawatt-hora) em 2022 para 654.240 no ano passado, uma alta de 7%

Homicídio doloso

Melhorou

Segundo o Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública) do Ministério da Justiça, 2023 manteve a tendência de queda nos homicídios dolosos observada nos últimos anos. Foram 48.965 casos em 2018 contra 38.932 em 2022 e 37.602 em 2023

IGP-M

Melhorou

O IGP-M, índice que orienta os reajustes de aluguel no país, registrou queda em 2023 de 3,18%. No ano anterior, houve alta de 5,45%

INPC

Melhorou

O INPC, que mede os preços da cesta de consumo da população com renda de até cinco salários mínimos, subiu 3,71% em 2023 contra 5,93% em 2022

Investimentos diretos no país

Piorou

Dados do Banco Central mostram que o investimento direto no país caiu US$ 74,6 bilhões em 2022 para US$ 62 bilhões em 2023

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)

Melhorou

O IPCA, que mede os preços de produtos do varejo para consumo das famílias, teve elevação de 4,62% em 2023, contra 5,79% em 2022

Latrocínio

Melhorou

Segundo o Sinesp, o número caiu de 1.248 ocorrências em 2022 para 953 em 2023

Leitos hospitalares (inclui UTI)

Melhorou

Número de leitos do SUS passou de 396 mil para 399 mil durante 2023

Lesão corporal seguida de morte

Estável

Segundo o Sinesp, foram 618 casos em 2022, com leve redução em 2023 (602)

Minha Casa Minha Vida

Melhorou

O programa habitacional para a baixa renda foi sucateado na gestão Bolsonaro e rebatizado de Casa Verde e Amarela, sofrendo reduções expressivas de verba ano a ano e retirando o foco na faixa 1 do programa, voltada às famílias mais pobres. O governo Lula recriou o programa e reservou R$ 13,7 bilhões na proposta de Orçamento de 2024, alta de 41,1% em relação à dotação de 2023. O Congresso reduziu a fatia para R$ 12,4 bilhões

Mortalidade infantil

Melhorou

Dados preliminares da Saúde mostram queda de 32,2 mil para 30,5 mil mortes entre 2022 e 2023

Mortalidade materna

Melhorou

Informações preliminares da Saúde indicam queda de 69 mil para 62 mil mortes entre 2022 e 2023

Mortes decorrentes de intervenção policial

Melhorou

Em 2022 houve 6.433 pessoas mortas por agentes do Estado, número que caiu para 6.298 em 2023

Mortes nas estradas federais

Piorou

As mortes nas estradas federais em decorrência de acidentes subiram de 5.439 em 2022 para 5.615 em 2023, de acordo com os dados da Polícia Rodoviária Federal

Mortes no trânsito

Melhorou

O indicador do Sinesp que registra homicídio decorrente de negligência, imprudência ou imperícia, desde que ocorrido em circunstâncias de trânsito, marcou 24.260 mortes em 2022 contra 23.492 em 2023

Mortes prematuras (30 a 69 anos) por DCNT (doenças crônicas não transmissíveis)

Melhorou

Informações preliminares da Saúde indicam queda de 323 mil para 299 mil mortes entre 2022 e 2023

Médicos de família no SUS (atenção primária)

Melhorou

Soma de médicos da estratégia de saúde da família e de médico de família e comunidade foi de 29 mil para 35,6 mil durante o primeiro ano do governo

Orçamento da Cultura

Melhorou

O Ministério da Cultura, em 2023, empenhou e liquidou despesas de investimento no valor de R$ 98,5 milhões, contra empenho de R$ 38,7 milhões e liquidação de R$ 17,8 milhões em 2022, quando o órgão não tinha status de ministério e era vinculado ao Turismo

Orçamento do Esporte

Melhorou

Em 2023 o Ministério do Esporte foi recriado (sob Bolsonaro era uma secretaria dentro da pasta de Cidadania), com ampliação de recursos. A previsão de gastos na proposta orçamentária para 2023, enviado pela gestão anterior, era de menos de R$ 200 milhões. De acordo com o portal da Transparência, o orçamento atualizado de 2023 é de R$ 1,37 bilhão. O orçamento discricionário de 2023 (excluídas as emendas parlamentares) ficou em R$ 484 milhões em 2023, contra R$ 385 milhões do ano anterior

PIB

Estável

O ano de 2023 terminou com um crescimento de 2,9% na economia brasileira, totalizando R$ 10,9 trilhões. O resultado ficou levemente abaixo da variação de 2022, de 3%

PIB agropecuário

Melhorou

O PIB Agropecuário fechou 2023 com uma alta recorde de 15,1% em relação ao ano anterior. É a maior subida desde o ano de 2014. O valor total foi de R$ 677 bilhões

PIB/Consumo das famílias

Melhorou

O resultado final apresentou uma alta de 3,1% em 2023, em comparação com o ano anterior. O consumo das famílias brasileiras atingiu um total de R$ 1,8 trilhão. Apesar da alta anual, o último quadrimestre apresentou uma queda de 0,2%

PIB/Exportação de bens e serviços

Melhorou

As exportações de bens e serviços cresceram 9,1% no ano de 2023, em relação aos 12 meses anteriores. A alta é maior do que a registrada em 2022, quando houve um aumento de 5,7%

PIB/Importação de bens e serviços

Piorou

O resultado de 2023 mostrou uma queda de 1,2% em 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior. O dado representa uma reversão de tendência, pois a importação de bens e serviços vinha fechado com índice positivo em 2021 e 2022

PIB/Indústria

Melhorou

O resultado de 2023 apontou uma alta de 1,6%, em relação ao ano anterior. O valor total foi de R$ 2,4 trilhões

PIB/Investimentos

Piorou

PIB de investimentos recuou 3% no ano de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. A taxa de 16,5% do PIB é a menor desde o ano de 2017. No ano passado, o índice registrado foi de 17,8% do PIB

PIB/Serviços

Piorou

O PIB de serviços registrou alta de 2,4% no acumulado de 2023, desaceleração em relação a 2022, quando a alta foi de 4,3%

PNAD Contínua - Pessoas com carteira de trabalho assinada

Melhorou

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado aumentou 5,8% (37,7 milhões de pessoas), o melhor resultado da série histórica iniciada em 2012

PNAD Contínua - Pessoas sem carteira de trabalho assinada

Estável

A informalidade passou de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023. As 13.5 milhões de pessoas sem carteira assinada no final de 2023 não apresentaram variação estatisticamente significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, diz o IBGE

PNAD Contínua - População desalentada

Melhorou

O número de pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditar que não terão vez no mercado de trabalho, que chegou ao recorde de 6 milhões durante a pandemia, recuou de 4 milhões no final de 2022 para 3,4 milhões no final de 2023

PNAD Contínua - Rendimento médio do trabalhador

Melhorou

Rendimento médio no final de 2023 foi de R$ 3.032, o melhor resultado desde o final de 2020

PNAD Contínua - Subutilização da força de trabalho

Melhorou

Taxa composta da subutilização (brasileiros que não trabalharam ou trabalharam menos do que gostariam no período) em 2023 foi estimada 18%, queda de 2,9 pontos percentuais em relação a 2022 (20,9%)

PNAD Contínua - Taxa de desemprego

Melhorou

A taxa de desemprego do Brasil recuou a 7,8% em 2023, o melhor resultado desde 2014 e uma queda de 1,8 ponto percentual ante 2022 (9,6%)

Preço médio da gasolina

Piorou

O valor médio do litro da gasolina na bomba fechou 2023 a R$ 5,58, alta de 12,5% em relação ao final de 2022, quando estava em R$ 4,96

Preço médio do diesel

Melhorou

O valor médio do litro do diesel fechou 2023 a R$ 5,86, valor inferior ao do mesmo período do ano anterior, quando ficou em R$ 6,25

Preços administrados

Piorou

A retomada da cobrança de tributos congelados por Jair Bolsonaro no ano eleitoral de 2022 pressionou o índice. De acordo com o IBGE, a variação acumulada em 12 meses dos itens com preços administrados –que inclui taxa de água, energia, gás e gasolina– foi de 9,12% em 2023, contra queda de 3,82% no ano anterior

Produção de barril de petróleo e gás natural

Melhorou

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostram que em 2023 a produção média anual de petróleo ficou em 3,4 milhões de barris por dia, 12,57% acima do recorde registrado em 2022 (3 milhões de barris/dia). A produção de gás natural teve média anual de 150 milhões de metros cúbicos/dia, 8,7% a mais que em 2022

Queimadas

Piorou

Em 2023 houve queimadas em 17,3 milhões de hectares do território nacional, contra 16,2 milhões de hectares em 2022, de acordo com a plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas. Já o BDQueimadas, do Inpe, que usa como medida o número de focos, registrou leve queda, de 200.763 em 2022 para 189.926 em 2023. A plataforma já registra em janeiro e fevereiro de 2024, porém, focos em número bem superior a de igual período de 2022 e 2023

Ranking global de competitividade

Estável

O Brasil ficou em 2023 na 60ª posição do ranking de competitividade produzido anualmente pelo IMD World Competitiveness Center, em análise feita com 64 países. É um dos piores resultados, estagnado em relação a 2022, quando estava na 59ª posição em um universo de 63 países

Ranking global de corrupção

Piorou

O Brasil caiu dez posições e ficou em 104º lugar entre 180 países no ranking IPC (Índice de Percepção da Corrupção) de 2023, elaborado pela ONG Transparência Internacional com base em pesquisas e relatórios sobre como o setor público é percebido por especialistas e executivos de empresas. Enquanto a média mundial ficou estagnada em 43 pontos pelo 12º ano consecutivo —o índice vai de 0, que caracteriza o cenário mais corrupto, a 100, para o mais íntegro—, a pontuação brasileira caiu de 38 para 36. Segundo o relatório, a responsabilidade pelo desmonte de marcos institucionais contra a corrupção é da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Ao mesmo tempo, porém, o governo Lula vem falhando na reconstrução de mecanismos similares, afirma. Desde 2015 o Brasil está abaixo da média global

Regra de ouro

Piorou

Em 2023, a margem de suficiência da regra de ouro resultou positiva em R$ 50,75 bilhões. Esse valor foi possível ser atingido considerando a ressalva constitucional para o ano passado, de R$ 145 bilhões, decorrentes da aprovação da chamada PEC da Transição. Em 2022, o saldo positivo foi de R$ 63,76 bilhões

Regras tributárias

Melhorou

Depois de três décadas de discussão, o Congresso aprovou em 2023 a reforma tributária, que substitui cinco tributos sobre consumo e coloca o Brasil no mapa dos países que adotam um sistema IVA (Imposto sobre Valor Agregado)

Reservas internacionais

Melhorou

Fecharam 2023 em US$ 355 bilhões, avanço de 9,34% em relação a 2022. Ao longo da gestão de Jair Bolsonaro houve queda de 13%

Resultado da Previdência

Piorou

Rombo nas contas do INSS (Regime Geral de Previdência Social) foi de R$ 306,2 bilhões em 2023, alta de 17% em relação a 2022

Resultado primário do governo central

Piorou

Em 2023 as contas do governo central tiveram um rombo de R$ 230,5 bilhões, o equivalente a 2,12% do PIB. Trata-se do pior resultado desde 2020, ano da pandemia de Covid-19. Em 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, o déficit foi de R$ 122,6 bilhões, em valores atualizados pela inflação. O resultado de 2023 foi influenciado em parte pela regularização dos precatórios, dívidas judiciais adiadas pela gestão Bolsonaro (R$ 92,4 bilhões)

Risco Brasil

Melhorou

Termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes, o risco Brasil (medido pelo CDS - Credit Default Swap) encerrou 2023 com 132 pontos. Um ano antes, o índice representava quase o dobro, 250 pontos

Saúde - procedimentos na atenção especializada

Melhorou

Dados da Saúde mostram elevação de procedimentos (atendimentos, exames, cirurgias, administração de medicamentos, etc) de 2022 (3,1 milhões) para 2023 (3,5 milhões)

Saúde - procedimentos na atenção primária

Melhorou

Dados da Saúde mostram elevação de procedimentos (atendimentos, exames de diagnóstico, etc) de 2022 (714 milhões) para 2023 (755 milhões)

Sisu - vagas

Piorou

Com a nota do Enem, estudantes podem concorrer a vagas no ensino superior público em todo país pelo Sisu. Essa oferta total caiu 3,5% em 2023

Situação das rodovias federais

Estável

A 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, que de julho e agosto de 2023 percorreu 111.502 kms registrou 2.648 pontos críticos na malha avaliada, aumento de 1,5% em relação ao levantamento do ano anterior, mas em situação de estabilidade, já que houve análise de uma extensão maior do que no ano anterior

Suicídios

Piorou

Número subiu de 2022 para 2023, de acordo com o Sinesp. De 15.722 registros para 16.369

Taxa média de juros

Melhorou

Segundo o Banco Central, a taxa média de juros das contratações encerrou 2023 em 28,4%, redução de 1,7 ponto percentual no ano, contra encerramento em 2022 a 29,9% (aumento acumulado naquele ano de 5,6 pontos percentuais)

Taxa Selic

Melhorou

A taxa básica de juros (Selic) encerrou 2023 a 11,75%, dois pontos percentuais a menos do que encerramento de 2022 (13,75%)

Valorização do salário mínimo

Melhorou

O governo Lula retomou a política de valorização do salário mínimo, que havia sido extinta na gestão de Jair Bolsonaro. Com isso, em 1º de janeiro de 2024 o mínimo passou a valer R$ 1.412, ganho real (descontada a inflação) de 4,69% em relação ao valor que era pago em janeiro de 2023

Violência contra jornalistas e ataques à liberdade de imprensa

Melhorou

De acordo com relatórios anuais da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), após a explosão de casos na gestão Bolsonaro (protagonista em vários desses episódios), o número de registros caiu de 376 em 2022 para 181 em 2023

Yanomamis

Estável

Oficialmente, o registro de yanomamis mortos cresceu de 2022 para 2023, de 343 para 363, mas o governo afrma ter havido subnotificação de mortes no final da gestão Bolsonaro. O próprio governo admite, entretanto, não ter conseguido lidar de forma satisfatória com a situação no espaço de um ano, mesmo com a gestão Lula tendo declarado a ação como prioridade no início de 2023

Índice Bovespa

Melhorou

O índice Bovespa, que capta o comportamento das principais ações negociadas na bolsa de São Paulo, encerrou 2023 com alta acumulada de 22,3%, em seu melhor desempenho anual desde 2019. A última sessão do ano registrou 134.185 pontos contra 109.735 do último pregão de 2022

Fonte: Folha de S. Paulo

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