Desigualdade persistente: Mulheres ganham 79% da renda dos homens, mesmo com maior esforço

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Um estudo divulgado pelo IBGE revela que, apesar de trabalharem mais horas e possuírem níveis educacionais mais altos, as mulheres continuam a receber apenas 78,9% da renda dos homens. As informações fazem parte do relatório Estatísticas de Gênero, divulgado recentemente.

Em 2022, as mulheres trabalharam em média 54,4 horas por semana, enquanto os homens trabalharam 52,1 horas. A maior disparidade foi registrada na região Nordeste, onde as mulheres trabalharam em média 4,2 horas a mais por semana do que os homens. No Sudeste, a carga de trabalho semanal para as mulheres atingiu 55,3 horas.

Apesar de uma diferença de apenas 36 minutos em seis anos, as mulheres continuam a dedicar quase o dobro do tempo dos homens a afazeres domésticos e cuidados pessoais. Em 2022, as mulheres gastaram em média 9,6 horas a mais por semana nessas atividades do que os homens.

Taxa de participação na força de trabalho para pessoas de 15 anos ou mais de idade

Essa carga desproporcional de trabalho afeta a participação das mulheres no mercado de trabalho, com uma taxa de participação de 53,3%, em comparação com 73,2% entre os homens. A presença feminina no mercado de trabalho mostrou uma recuperação após a queda causada pela pandemia em 2020.

Diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil

As mulheres também enfrentam desafios no acesso a cargos de liderança e remuneração justa, mesmo com maior instrução. Em 2022, apenas 39,3% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres. A disparidade salarial persiste em quase todas as categorias de cargos, com as mulheres ganhando menos, mesmo em profissões de maior qualificação.

No cenário político, a representação feminina continua sendo uma questão. Embora correspondam a 52,7% do eleitorado, as mulheres ocupam apenas 17,9% das cadeiras na Câmara dos Deputados em 2023, colocando o Brasil em uma posição desfavorável em relação à representação feminina na América Latina.

A desigualdade de gênero persistente, tanto no mercado de trabalho quanto na política, destaca a necessidade contínua de medidas para promover a igualdade de oportunidades e o empoderamento das mulheres em todas as esferas da sociedade.

Fonte: UOL