Lula Veta Projeto de Desoneração da Folha de Pagamento de 17 Setores da Economia

 Presidente decide barrar medida que prorrogaria benefício até 2027, impactando milhões de empregos.

Presidente Lula, Imagem reprodução da web


Nesta quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a decisão de vetar integralmente o projeto aprovado pelo Congresso Nacional que buscava estender a desoneração da folha de pagamento para 17 setores estratégicos da economia brasileira. O veto foi oficializado por meio de uma edição extra no Diário Oficial da União (DOU).

O projeto, que tinha como proposta prorrogar a desoneração até 31 de dezembro de 2027, permitiria que empresas substituíssem a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários dos empregados por uma alíquota sobre a receita bruta, variando de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado.

A medida, apoiada pelo Movimento Desonera Brasil, que representa os setores afetados, tinha como objetivo preservar 8,9 milhões de empregos formais diretos, além de milhões de postos de trabalho vinculados à cadeia produtiva dessas empresas.

Contrariando as expectativas do mercado, a decisão de Lula surpreendeu, visto que o projeto era visto como benéfico para a manutenção de empregos e o impulso ao crescimento econômico.

Desoneração e Categorias Envolvidas

A desoneração da folha, aprovada pelo Congresso, visava reduzir a carga tributária das empresas, possibilitando que pagassem um valor menor de impostos. As 17 categorias incluídas no projeto abrangiam setores como indústria (couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos), serviços (tecnologia da informação, call center, comunicação), transportes (rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metro ferroviário) e construção (construção civil e pesada).

Repercussão e Planos Futuros

O senador Efraim Filho (União-PB), autor do projeto, expressou sua insatisfação com a decisão. Alertou que a medida tornará mais custoso para as empresas contratarem, impactando diretamente as famílias que dependem do emprego.

O presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), John Anthony von Christian, destacou as consequências negativas para as empresas afetadas. Previu demissões e alertou para o aumento nos preços de alimentos, transporte público e de carga, resultando em uma possível elevação da inflação.

Agora, a expectativa se volta para o Congresso, onde a possibilidade de derrubar o veto ainda este ano é discutida, buscando reverter os impactos econômicos e sociais que a decisão presidencial pode acarretar.

Fonte: G1

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