UBSs lotadas, interdição de hospital, denúncia na FMS: linha do tempo mostra colapso na saúde de pública de Teresina

A crise da saúde pública não é uma problemática recente em Teresina. As denúncias de descaso realizadas por pacientes e servidores das unidades hospitalares da capital tomaram força no início de 2022 e só cresceram em 2023, sem movimentações de solução até o momento.


Devido ao colapso no segmento, uma audiência pública para debater as questões foi realizada pelo Ministério Público nesta sexta-feira (6). O encontro reuniu vereadores, profissionais da saúde e gestores.

Em junho de 2022, imagens de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) lotada devido à procura de teste para o diagnóstico de Covid-19 chamaram a atenção. Acontecimentos ainda mais graves marcaram o colapso da saúde no ano passado, como o caso de uma vítima de acidente de trânsito que passou duas horas dentro de uma ambulância aguardando por atendimento no hospital.

Ainda em 2022, a interdição feita pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) no Hospital do Buenos Aires, localizado na Zona Norte de Teresina, sinalizou que o problema estava atingindo altos níveis. O local não contava com medicamentos e equipamentos adequados, além de médicos.

Após inspeções, foi constatado que os hospitais da capital não possuíam insumos básicos devido as dívidas. No período, o promotor Ênio Marcos Pontes revelou que a Justiça não estava ciente do colapso e culpou a Fundação Municipal de Saúde pela falta de transparência.


Denúncias contra a FMS

Em janeiro de 2023, o vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, entregou à Câmara Municipal de Teresina um documento com denúncias sobre a FMS. Ele denunciou o uso supostamente irregular de R$ 83 milhões pela Fundação. Robert Rios depôs na CMT em fevereiro e afirmou que havia compras feitas pela Fundação Municipal de Saúde sem o regular empenho dos valores.


Mortes causadas por possíveis negligências

As críticas à saúde pública teresinense se intensificaram após a repercussão de casos que causaram indignação pública. Em março deste ano, a dona de casa Carla Lima, que estava grávida de 9 meses, relatou ter passado momentos de agonia em duas maternidades públicas. A mulher buscou atendimento após sangramentos e foi mandada para casa pelos profissionais das maternidades Wall Ferraz (Ciamca) e do Promorar. Horas depois, a mãe descobriu que sua filha Laura havia morrido ainda dentro de sua barriga.

Dois meses depois, o caso de uma idosa que morreu aguardando transferência do Hospital do Dirceu foi divulgado por uma assistente social.

Um vídeo mostra pacientes internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Renascença, na Zona Sudeste de Teresina, em macas e cadeiras de rodas nos corredores da unidade. Um paciente com a perna quebrada aparece deitado no chão sobre travesseiros.

Uma acompanhante de um paciente, que não quis se identificar, afirmou que a UPA estava superlotada e que faltavam medicamentos. Disse ainda que os banheiros estão interditados, e também que falta água para higiene pessoal. Ela acompanhava o pai de 60 anos, que sofreu um acidente de moto.

Na época, a Fundação Municipal de Saúde (FMS), responsável pela administração da UPA, afirmou que a demanda está realmente alta e negou que tenha pacientes no chão.


Fonte: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2023/10/06/ubss-lotadas-interdicao-de-hospital-denuncia-na-fms-linha-do-tempo-mostra-colapso-na-saude-de-publica-de-teresina.ghtml

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